terça-feira, 27 de março de 2012

QUESTÕES BÁSICAS DA BIODIVERSIDADE

            A relação do homem com a natureza tem sido um exercício difícel desde tempos imemoriais.

           Os nossos antepassados pré-históricos encaravam a Natureza simultaneamente como uma Mãe-Terra fecunda e providencial, e como uma colecção de ameaças de contornos mal compreendidos: com o advento de tecnologias revolucionárias como a agricultura, e escrita e as cidades, esta percepção mudou. A Natureza, ainda misteriosa, torna-se menos agressiva, e o homem assume o papel de topo da criação, simultaneamente usufrutuário e guardião da Natureza. É uma perspectiva que ainda hoje encontramos nas grandes religiões.

            Com as revoluções industriais do carvão e do petróleo, a perspectiva inverteu-se. Durante cerca de dois séculos, a Natureza foi encarada pela tecnocracia dominante como algo a explorar e conquistar sem limites. As catástrofes ambientais da segunda metade do século XX - poluição generalizada do ar e da água, marés negras, esgotamento de recursos aturais, desertificação, perda de biodiversidade, alterações climáticas, prejuízos para a saúde pública e para a economia devidos à degradação ambiental, obrigam-nos a mudar de paradigma e a palavra de ordem torna-se DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.


desastre naturais

        As boas razões para travar este desastre anunciado são múltiplas. Desde logo motivações éticas: temos o dever de deixar esta herança insubstituível aos nossos filhos e netos. O equilíbrio ecológico depende do nosso bem-estar e a nossa economia, basta pensar no grande valor económico do Ambiente para sectores como o ecoturismo e a biotecnologia, ou no valor dos chamados "serviços ambientais" como a água limpa, o ar puro, a captura de pescado ou a capacidade de diluição da poluição.